Não pense que escrevo aqui o meu mais íntimo segredo, pois há segredos que eu não conto nem a mim mesma. E não é só o último segredo que revelo: há muitos segredinhos primários que eu deixo que se mantenham em enigma... (Clarice Lispector)

"São pelos pequenos momentos ...Que a gente quase morre ...Que intensamente vive ...Que longamente espera..."

domingo, 14 de março de 2010

Queria ter nascido noutra data
esta corda que me ata
à distância do impossível

Podias tu ser invisível
e eu nunca te desejar

Podia eu nunca dormir
e assim desistir de sonhar

Só não posso eu agora
Sair rua à fora
para simplesmente te encontrar

Pois para mim é impossível
esta distância intransponível
maior que o céu e o mar.

Que é o tempo sempre a passar.

Nunca eu conseguiria
viver plena em alegria
e conjugar o verbo amar.

Hoje apenas sinto um vazio
de querer ter-te em meu corpo frio
cansado, triste a naufragar.

Digas-me tu que é besteira
que não serei a única nem a primeira
a um amor assim se entregar.

Sonho, te espero e quero,
conto cada vão segundo
quando retornas ao meu mundo
e posso ao menos te olhar

E assim perto, distante e concreto,
louca me ponho a te imaginar
sem dúvidas, meu e eu a te amar.

Ana Lyra

3 comentários:

  1. Querida Jhacy!

    Não é preciso ter insônia para não sonhar...os sonhos acordados são os que mais doem quando não se tornam realidade!!

    Belo poema!!

    Um beijo!!

    Sonia Regina.

    ResponderExcluir
  2. Olá, querida Jhacy!

    Já nos habituou aos poemas deliciosos como este que postou! Espero continuar a ler coisas lindas de uma mulher linda e abençoada, tal qual uma flor que idolatramos!

    Um beijo,

    Renato

    ResponderExcluir
  3. Triste poema, espero que o seu amor não seja assim.

    Mas é lindo e triste!!!

    bjs

    ResponderExcluir

Olá amigos,
Sua visita e comentários me deixam imensamente feliz!!!
Obrigada!!!!



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